A sustentabilidade é uma pauta constante no setor imobiliário. As certificações somadas às adoções de práticas voltadas para o meio ambiente promovem construções mais sustentáveis e empreendimentos que buscam reduzir não só o impacto ambiental, mas também em otimizar recursos.
De acordo com levantamento realizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), o setor da construção civil é responsável por 36% do consumo de energia, 38% de emissões de carbono relacionadas à energia, 50% do consumo de recursos naturais e deverá dobrar a emissão de carbono total até 2060.
Os impactos positivos da implementação de selos ambientais e práticas podem interferir diretamente nas negociações, na comunidade no entorno do local e até mesmo em taxas de vacâncias menores.
Características de um edifício sustentável:
● Possuir certificações voltadas para a sustentabilidade
● Utilizar fontes de energia renováveis;
● Baixa emissão de gases do efeito estufa;
● Reaproveitamento de materiais e recursos;
● Reuso da água;
● Presença de telhado vivo (ou telhado verde);
● Iluminação natural;
● Emissão de Carbono zero
Impacto positivo em edifícios sustentáveis e projetos “carbono zero”
De acordo com o levantamento realizado pelo USGBC (United States Green Building), o Brasil ocupa a 5ª posição entre 180 países no ranking mundial de sustentabilidade. Atualmente, são mais de 1.500 construções sustentáveis no país.
Certificações ambientais mais antigas como o selo LEED (Gold, Silver, Platinum), entre outras, são utilizadas não só para valorização imobiliária, mas também para auxiliar na manutenção e otimização de recursos, valorizar a gestão do facilities e melhorar a convivência com o inquilino.
Além disso, os edifícios sustentáveis têm mais visibilidade, internacionalização, impactam positivamente no valor condominial e trazem status mais moderno e sustentável para a construção. As taxas de condomínio dos green buildings são entre 15% e 25% menores.
Outro impacto positivo é a redução da taxa de vacâncias em empreendimentos sustentáveis, que são em média 10% menores do que edificações comuns, por apresentarem vantagens a longo prazo. Além de contribuir com a imagem da companhia adepta de práticas sustentáveis, os fundos de tijolos também são beneficiados.
Quando falamos sobre os impactos ambientais causados pela construção civil, as emissões de carbono aparecem como destaque, principalmente nos últimos anos.
Os dados alarmantes estão incentivando a agenda de carbono zero por parte do governo e de várias empresas. Tratam-se de ações que buscam neutralizar as emissões do composto químico durante a construção ou vida útil das edificações. Diante desse contexto, incorporadoras, em conjunto com o poder público, devem se comprometer para priorizar soluções sustentáveis.
O uso de novas tecnologias e materiais que contenham menos carbono incorporado, entre outras ações, podem contribuir para que a emissão do gás na construção civil, seja reduzida de acordo com as metas mundiais estabelecidas.
Remediação sustentável do solo une interesses econômicos e ambientais
Outra pauta ambiental que têm recebido bastante incentivo governamental é a viabilização de áreas contaminadas. O total de áreas contaminadas por compostos químicos no Estado de São Paulo é de 6.434 m² segundo o último cadastro da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), publicado em dezembro de 2020.
Existe um esforço para que essas áreas sejam revitalizadas e uma parte do mercado imobiliário costuma investir na descontaminação do solo em busca de ganhos futuros.
É fato que a localização privilegiada de partes dos terrenos gera um interesse no mercado de imobiliário, que tem a oportunidade de investir em áreas com grande potencial construtivo. Diante desse contexto, a remediação sustentável é interessante porque une interesses econômicos e ambientais.
As técnicas usadas para a recuperação da área visam preservar ao máximo recursos naturais, além de gerar menos resíduos.
A remediação sustentável do solo e a conquista dos selos ambientais trazem ganhos aos empreendimentos denominados green buildings, que associam suas marcas à sustentabilidade, valorizam o imóvel, diminuem riscos regulatórios, entre outros benefícios.
É importante destacar que empreendimentos green building têm um custo de execução maior em relação a um prédio convencional, situação que ainda desestimula uma parte das incorporadoras a investir mais em arquitetura sustentável.
Mas vale lembrar que soluções como reuso de água, eficiência energética, fachadas com placas fotovoltaicas, co-geração de energia, entre outras, tornam o edifício mais atrativo economicamente a longo prazo.
A sociedade está cada vez mais consciente sobre a necessidade de diminuir os impactos ao meio ambiente, por isso a tendência é que a procura por green buildings aumente nos próximos anos.
Vale destacar que as certificações ambientais já são usadas há anos no mercado imobiliário para estimular a criação de edifícios sustentáveis. Vamos falar mais sobre elas?
Papel das certificações ambientais no mercado imobiliário
As certificações ambientais são ferramentas indispensáveis no mercado imobiliário, pois trazem conscientização sobre a arquitetura sustentável e ajudam a cumprir normas e leis. Elas também indicam quais são as ações recomendadas para a criação de “prédios verdes” e capacitam profissionais para a execução das melhores práticas.
Além de reduzirem os danos ambientais causados pela construção civil, as certificações ambientais também trazem impactos positivos para os empreendimentos nos âmbitos econômicos, imobiliários e sociais.
Trata-se de um investimento que traz competitividade e relevância para os empreendimentos, por isso sua implementação deve ser uma prioridade para aqueles que ainda não são certificados.
As principais certificações ambientais são:
Certificação LEED
LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é o selo ecológico reconhecido mundialmente. A certificação, tem como objetivo incentivar práticas de construção sustentável, analisando toda a concepção do edifício, desde os critérios de construção até asquestões como uso racional da água, eficiência energética e seleção dos materiais.
Certificação WELL Building Standard
Atua como complemento da certificação LEED. Essa certificação avalia se o edifício alia ações sustentáveis a ambientes que trazem saúde e bem-estar aos ocupantes. A avaliação do desempenho é dividida em sete categorias: ar, água, alimento, luz, fitness, conforto e mente.
Certificação AQUA-HQE
A AQUA-HQE é uma das certificações ambientais mais importantes do mundo. Desenvolvida pela Dermarché HQE, órgão francês de empreendimentos habitacionais, ela também traz benefícios como a valorização do imóvel e reconhecimento internacional. São 14 categorias avaliadas, entre elas: gestão da energia, relação do edifício com seu entorno e conforto hidrotérmico.
Investir em sustentabilidade é planejar o retorno do investimento a longo prazo, valorizando as edificações e otimizando recursos e materiais. Além disso, a prática de sustentabilidade no mercado imobiliário torna os empreendimentos mais competitivos, modernos e adequados às novas realidades.
Opmerkingen